SERTÃO ALAGOANO : Canal do Sertão é pesquisado e é apontado abandono na manutenção das áreas ribeirinhas diz estudo
Estudo foi realizado por empresa particular contratada por a agência Peixe vivo
Além de superfaturamento e falhas graves na execução do projeto de construção, apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o Canal Adutor do Sertão Alagoano tem fragilidades econômicas/financeiras, na infraestrutura, na operação/manutenção e, sobretudo, emperra pela negligência institucional, com a evidente ausência do governo de Alagoas em ações que potencializam o uso daquele importante equipamento em benefício do semiárido.
E o que conclui um estudo elaborado pela HIDROBR Consultoria Ltda, contratada pela Agência de Bacia Hidrográfica Peixe Vivo, associação ligada ao CBHSF [Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco]. A empresa apontou as deficiências e omissões do Poder Executivo Estadual e propôs a elaboração de uma proposta do modelo de gestão do Canal do Sertão. As ideias foram apresentadas em uma audiência pública no dia 8 de outubro, no município de Delmiro Gouveia, com a participação de políticos, representantes de órgãos públicos e da sociedade civil organizada.
O diagnóstico expôs a necessidade de conservação e manutenção preventiva e corretiva das estruturas atuais e futuras; os riscos de não ter gestão e não haver sustentabilidade econômico-financeira; a possibilidade de necessitar de subsídios; e as necessidades de projeto de desenvolvimento regional, do reforço do papel da Seagri [Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura] no processo e de estudo para escoamento da produção.
Em síntese, o Canal do Sertão sofre com funcionamento deficiente da estação elevatória e das estruturas de comportas, provocado pelo furto recorrente de equipamentos. Até as estradas de serviço estão carentes de manutenção e conservação. Também estão em falta os sistemas derivados previstos (para irrigação e abastecimento humano) e há insuficiência de corpo técnico e de recursos para atender todas as necessidades de operação e manutenção.
O levantamento indicou a ausência de tarifação pela adução da água bruta aos usuários do equipamento, o que, em tese, provoca o uso inadequado da água, e de regras operacionais estabelecidas a partir de um mapeamento e controle dos usos ao longo do eixo principal. Não conta com informações e dados sistematizados, nem capacitação e assistência técnica estruturada aos agricultores usuários do equipamento. Para piorar, não existe articulação entre os diferentes órgãos para o desenvolvimento do projeto e da região.
Nesse caso, foi identificada a dificuldade das secretarias do Estado para realizar, de maneira satisfatória, as atividades de competência delas em relação ao Canal, principalmente, por falta de recursos financeiros e de pessoal. Ficou clara a necessidade de estabelecer a atuação de cada ator social envolvido para que a gestão seja efetiva e assertiva.
Como se não bastasse o descaso com as obras e a ausência de manutenção e harmonização das ações, o Canal do Sertão tem elevados custos de energia elétrica, demandas de gastos ainda não atendidas, recursos insuficientes e ausência de fontes seguras e estáveis de financiamento.
Fonte: Gazeta Web
Imagem: Ilustração
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